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quinta-feira, 19 de março de 2020

4º encontro do Curso de Pós- Graduação Lato Sensu em Educação de Jovens e Adultos Articulada a Educação Profissional





No dia 13 de março de dois mil e vinte ocorreu o quarto encontro de aulas da especialização EJA, essa aula foi ministrada pela a docente e coordenadora Arlene Malta, com a disciplina Educação Popular, fomos acolhidos com um lindo cenário, ao qual foi montado por instrumentos que representa a classe popular trazidos pela a mesma e os estudantes. Fotografia 1 do espaço de acolhida.

Fonte da imagem 1: SANTOS, Tânia Jesus. Espaço de acolhida. IF Baiano Campus Santa Inês, 13/03/2020.

Inicialmente a professora regente dar informes sobre o andamento da disciplina Metodologia da Pesquisa, expondo os motivos da presente aula estar sendo antecipada; após isso a educadora retoma com a discussão do artigo " Paulo Freire e Educação Popular" de Moacir Gadotti, momento muito produtivo onde novamente os especializandos puderam discutir sobre essa temática. Baseando-se nisso demos início a trajetória da Educação popular em debate desde o Brasil colônia (1549), Estado novo (1937), governo de João Goulart (1963),  Golpe militar (1964), Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL/1968), Lei de Diretrizes e Base (LDB/1996), fizemos um breve panorama histórico sobre para quem a EJA, foi pensada  para as pessoas que são excluídas na sociedade e chega-se a conclusão após isso, que nós da classe popular temos o somatório de negligenciamento de 477 anos sem educação.

Dando continuidade num segundo momento a docente Malta, traz um slide com alguns mitos ou verdades relacionados ao cotidiano popular brasileiro. Dentre eles tinha as seguintes afirmações : " Bandido bom é bandido morto", " em lugar de marido e mulher ninguém mete a colher", "pau que nasce torto, morre torto", " filho de peixe, peixinho é", " o costume do cachimbo deixa a boca torta". Enriquece a aula com a tirinha da personagem de HQ Malfada, sobre de onde vem os saberes tidos como verdades , cujo tem de ser um direito partilhado, trás a frase de Paulo Freire, "Eu trabalho a favor de quem e contra quem?.
Discute também acerca da escola como sendo um instrumento  do sistema capitalista, e que serve para a reprodução social opressora.  Nesse instante da aula para finalizar a discussão do período matutino concluímos o dia com algumas indagações tipo:  o que sabemos/ fazemos muito bem?, onde aprendemos o que melhor sabemos/ fazemos?, Como aprendemos este saber/fazer?. 
Aborda-se ainda nesse momento da aula a obra de Miguel Arroyo " conteúdos mortos", e foi nos proporcionado um momento de discussão sobre a realidade do sujeito tem de ser o ponto de partida, mas não o de chegada, cita-se a política de EJA do Estado da Bahia, e aí aponta-se que o ensino tem que ter significado para o sujeito.
A docente Arlene faz um breve panorama sobre Educação Popular, afirmando que tem como proposta a problematização, não a entrega e solução pronta aos problemas apresentados. E salientou que o pensar quando se ensina alunos/as da EJA, é coletivo, diferente do pensar para alguém ou para um grupo, assim deve-se considerar que os educadores/ as e educandos/as possuem saberes, mesmo que diferentes formas, onde devemos valorizar o saber junto, o saber do coletivo  e pensar sempre em uma formação na diversidade. Apresenta uma frase de Paulo Freire que diz " não existe saber maior ou saber menor, mas saberes diferentes!'. 
Frisa-se também a seguinte indagação " como as áreas do conhecimento podem me ajudar a ser melhor?". Menciona ainda a docente Arlene Malta, os caminhos para além da escola com as pluralidades e dicotomias entre educação popular x cultura, superação do fosso cultural, ampliação de canais imperativos, buscar valorizar a diversidade e heterogeneidade do outo, o compromisso que devemos ter com as classes subalternas, a aproximação da linguagem dos sujeitos.
O turno vespertino iniciou-se com o texto "A ratoeira, disponível em http://www.comitepaz.org.br/a_ratoeira.htm,  para uma breve reflexão, seguido pelo vídeo: Programa Paulo Freire - Educação como Prática da Liberdade disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NCaCiDIiXGg. 
Dando sequencia a docente Malta, no período da tarde apresenta a graduanda Aila Cristina, a qual  passa a palavra e esta faz questão de se apresentar novamente apresentando seu nome completo, falando sobre sua origem. Depois disso Aila Cristina cita o momento de conversa que terá conosco falando sobre mulheres. Inicialmente passa um vídeo "oficina de cacau - Asociação de Mulheres Duas Barras do Fojo, disponível no seguinte link: https://photos.app.goo.gl/NE3op3ZuhAraQjEk7.  E uma dessas primeiras experiências relatadas por ela é  a de sua participação no grupo de Articulação de Mulheres no Vale do Jiquiriçá com a professora Rita Garcia, e em seguida narra a sua vivência com o Estágio EVI- Bahia, dos grupos NEPA e GAIA segundo a graduanda, o estágio é uma experiência  teórico-prática de formação política e de atuação militante, envolvendo uma diversidade de sujeitos, desde sua  construção até a consolidação final de atividade: povos do campo, da cidade, movimentos sociais, estudantis, profissionais, militantes de organizações distintas se reúnem. Relata que o estágio é composto por três momentos a capacitação, a vivência nas comunidades e  assentamentos rurais com propostas de intervenção e a avaliação final. Afirma que é um momento de imersão, mística, e troca de saberes, com estudos e ações coletivas. Segue anexo a fotografia 2, momento da fala de Aila.

Fonte da fotografia 2: SANTOS, Tânia Jesus. Roda de conversa com Aila. IF Baiano Campus Santa Inês. 13/03/2020.

Após essa roda de conversa com Aila, a professora Arlene retoma a aula com a leitura do texto " a ratoeira" , onde refletimos sobre a importância do papel das decisões coletivas.É orientado que que assistamos ao vídeo Educação Popular,  façamos a leituras das obras: "sem feminismo não há agroecologia, o sorriso do gato de Sérgio Cortella,  e é nos apresentado as obras que estavam em cima da mesa compondo o cenário, as quais também recomenda a leitura foram elas: Cartas a Cristina, Educação na cidade, Pedagogia da Esperança, a sombra desta mangueira, a Educação Popular na escola cidadã de Carlos Brandão e o Projeto de Educação dos trabalhadores  de Miguel Arroyo.

Este encontro tornou-se muito produtivo e significativo devido ao fato da docente trabalhar os materiais  baseado nas vivências de cada estudante.Salienta-se aqui que as aprendizagens foram tantas que conseguimos visualizar e vislumbrar a Educação Popular como práxis social a qual tem de ser compreendida como aquela que não está institucionalizada e que pode ocorrer dentro e com os grupos populares. E a defesa, por parte do movimento pela escola pública, gratuita, laica e de qualidade, é o elo essencial que todo educador/a deve primar para  atender os anseios dos sujeitos populares que a tanto tempo foi negado o direito a educação escolar.
A seguir segue a fotografia 3 que registra a finalização do encontro do presente dia.

Fonte da figura 3: SANTOS, Renildo da Cruz. Final da aula da disciplina  Educação Popular . IF Baiano Campus Santa Inês. 13/03/2020.

Finalizando nossa aula a docente Arlene, nos orientou sobre o trabalho avaliativo  a ser desenvolvido na disciplina, onde em equipes os cursistas deveriam ler e apresentar em 50 minutos,  as temáticas escolhidas para cada equipe, na próxima aula, de forma criativa e dinâmica, um capítulo  da obra de Paulo Freire "Pedagogia do Oprimido" e o livro " Conscientização". Nossa equipe ficou com a parte III - 
PRÁXIS DA LIBERTAÇÃO.


Referências


FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. Tradução Kátia de Mello e Silva. São Paulo: Cortez & Morales, 1979.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 50. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011.


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