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quinta-feira, 20 de maio de 2021

11º Encontro: Seminários de Pesquisa em EJA I


Fonte: Google imagens. Acesso em 20 de maio de 2021.


No dia 14 de maio de 2020, tivemos a aula da disciplina de Seminários de Pesquisa em EJA I: percurso formativo, tecendo e parilhando os encontroos, os saberes, os sentidos, ministrada no momento pela docente Merilande Eloi, devido a saída da professora Rosângela Rodrigues, para o doutorado. Nesse presente dia a aula foi dividida em dois momento. 

Num primeiro realizamos uma breve apresentação sobre o seguinte questionamento: quem sou? , dando cntinuidade ouvimos a música de Jota Quest, " Dias melhores virão", com uma dinâmica  bem bacana  sobre as aprendizagens adquiridas e aprendidas durante o primeiro módulo do Curso de Especialização em Educação de Jovens e Adultos articulada a Educação Profissional; tudo isso ocorreu no período matutino.

No segundo momento realizado no turno matutino realizamos a apresentação dos blogs criados pelas as equipes, sendo que inicialmente a docente Merilande iniciou a o perído da tarde com a leitura da carta para Paulo Freire intitulada " O vírus, a escola e a exclusão: uma tríade a se pensar". 

Assim , foi iniciada as apresentações com a colega Lúcia,  com o blog: https://ifbaianoeja2019.blogspot.com/, em seguida a colega Helen, introduziu o seu blog:www.educacao-de-jovens-e-adultos7.cm/s.webnode.com , a colega Itana com o blog: https://ejaguarifbaiano.blogspot.com, a equipe de Rogério com o blog: https://educejatemasparaaeja.blogspot.com, Ana Cristina com o blog: https://ejacampussantainesbahia.blogspot.com/, a colega Julcineia com o blog: http://ejaemmovimento.blogspot.com/2020/06/o-virus-escola-e-exclusaouma-triade-se.html, e eu Tãnia, com o presente blog aqui apresentado e divulgado para cada um de vocês, o blog: https://ejavale.blogspot.com.  A seguir segue a carta lida antes das exposições dos blogs.

O VÍRUS, A ESCOLA E A EXCLUSÃO: UMA TRÍADE A SE PENSAR (UMA CARTA PARA PAULO FREIRE)

O texto a seguir nos foi enviado por uma professora atuante na EJA, no Centro de Educação de Jovens e Adultos Senador Guerra, de Caicó, que pediu para não ser identificada por razões pessoais.


Como se encontra, amigo e  professor Paulo freire!


Sou professora, mulher do sertão do Seridó, filha de um homem negro e uma mulher branca, e no geral, descendente de uma família simples, humilde, mas sedenta de conhecimento.

Sempre estudei em escola pública e me criei ouvindo o quanto essa escola era limitada e nos limitava, afinal, tínhamos concorrentes gigantes e mais inteligentes do que a gente, alunos dessas escolas pobres e sucateadas. E, portanto, a esses gigantes, caberiam as cadeiras da universidade.

Isso me deixava revoltada, angustiada, muitas vezes, até desestimulada. No entanto, mesmo sem nunca ter ouvido palavras como feminismo, empoderamento, eu me perguntava: “Não sou eu um ser capaz? Não posso correr atrás daquilo que os outros tem tão fácil, pela agilidade que o poder do  dinheiro lhes proporcionou? Terei que viver para toda a vida, essa segregação  social, que a todo tempo, tentam internalizar dentro de mim e de tantos e tantos outros que vivem em situação precária como eu?"

Ainda assim, não desisti. Corri atrás, li noites e mais noites sem fim, incessantemente, muitas vezes, sem nem compreender aquilo que estava a deixar meus olhos percorrer. Contudo, continuava aquela leitura, pois quanto mais páginas eram devoradas, mais eu me sentia devorando, de forma mesmo antropofágica, aqueles que me deixavam sentir pequena, pelo conforto e privilégio de classe que desfrutavam. Fazia da leitura, do folhear os livros da matemática, da química, da biologia e tantos outros, uma saga sem fim, pois assim como a desigualdade gerada pelo capitalismo me deixava - e os meus irmãos de classe social - à deriva, eu precisava provar que era capaz e, oxalá, até melhor do que eles, os pequenos burguesinhos, filhos dos poderosos burgueses.

E assim, prossegui muitos dos meus dias e anos. Perdi noites de minha vida, abri mão de momentos efêmeros, mas que poderiam ter gerado muitas alegrias. Por ventura, quando se nasce mulher, pobre e filha de um homem negro e bastardo, tudo isso junto vai para a base da pirâmide e o fardo a ser carregado não era nada fácil, pois pesava, mais e mais, dia após dia.

Mas é isso. Cresci, consegui vencer muitos obstáculos, ultrapassar muitos concorrentes, equiparar-me intelectualmente a muitos pequenos burgueses, sem desfrutar, no entanto, do poder da equidade.

Por muitas vezes, me iludi, pensando que estava desfrutando das mesmas oportunidades, afinal, pensei que a tão falada igualdade de oportunidades, era um fato, só precisava que eu fizesse minha parte para perceber que tudo dependia apenas de mim, do meu esforço, das minhas escolhas. Enganei-me. A escola do meu tempo, com os olhos que eu tinha naquela época, era perfeita, haja vista que me ensinava isso: que para eu atingir o sucesso e ser feliz, dependia do caminho que eu traçaria.

Pobre de mim, da escola e de meus professores! Todos éramos vítimas de um sistema que continuava reproduzindo o que a conjuntura política, capitalista e neoliberal injetava em nossas mentes, no currículo formal e informal. E assim seguíamos o bonde, numa trilha que nos massificava e homogeneizava, posto que a escola era apenas só uma das células opressoras, que de forma disciplinada e silenciadora, dominava nossos corpos e nossas mentes.

Diante de muitas quedas e tropeços, posso dizer que venci, cheguei a algum lugar, posto que saí de um ponto A de pobreza, invisibilidade e submissão e cheguei a um nível exponencial de A elevado a 2ª potência.

E por que evoluí, se permaneço na mesma classe A? Pois socialmente, continuo sendo pobre, mais cresci em algumas escalas: escolaridade, criticidade e o direito a ter o que antes era impossível: casa própria, um carro e uma certa estabilidade, por ter conquistado um vínculo, como professora da rede estadual. E esses critérios conquistados, o foram porque eu soube fazer as escolhas certas e, portanto, correr atrás do que a escola me ensinava, dizendo que as oportunidades eram oferecidas igualmente, no entanto não eram igualmente atingidas por todos? Não. Claro que não. Essas conquistas foram possíveis, porque por muitos momentos, tive que me desumanizar, esquecer do que era o amor, o prazer e os sonhos de uma menina-adolescente. E logo a vida me amadureceu e me tornou uma mulher. Mulher no sentido mais exaustivo que a palavra possa proporcionar. E por que tanta exaustão? Por que a escola esqueceu de me mostrar um forte recorte social que atinge a todos nessa pirâmide que mensura vidas: classe, raça e gênero.

Então, hoje percebo que tive que correr demais, dormir de menos, lutar incansavelmente, para fazer daquela frase: “as oportunidades vem igualmente para todos, mas só os que querem algo na vida, são capazes de abraça-las e seguirem em frente”.

Nossa, quantas mentiras. Quanta dosagem de alienação e ilusão foi colocada em nossas vidas. E quantos de nós não nos deixamos embriagar com essa dosagem tão forte de um remédio tão consolador. Mas, hoje, em contato com leituras críticas, libertadoras e feministas, me emancipei. E sei que as oportunidades não vem para todos, pois não nos são dadas as mesmas condições de alcançá-las. E não porque nos falte interesse pessoal e individual, mas porque o Estado não nos potencializa, por meio da equidade. Portanto, não nos possibilita concorrer, nas mesmas condições parar alcançarmos os mesmos objetivos: uma carreira promissora.

E lamentavelmente, hoje, alguns anos depois de ter concluído meu ensino médio, vejo um ciclo de desigualdade se reproduzir ainda mais com força e rigidez, pois estamos diante de um cenário de pandemia, onde essas discrepâncias se afloram ainda mais. E a educação é colocada como única saída para a superação de uma crise, não mais econômica, mas estrutural e humana. Lemos o tempo todo, nas redes sociais, clichês do tipo: "quando tudo isso passar, sairemos melhores".

Meu querido mestre, como essa mudança será possível se o acesso à informação e comunicação, que deve ser direito de todos, se limita a alguns? Se vemos estudantes de escolas públicas, em atividades remotas, sofrendo e se eximindo dos espaços virtuais das salas de aula, por não terem acesso à internet, computadores ou até mesmo ao próprio celular?

É, meu professor...está difícil, muito difícil, pensar na revolução dos livros, quando essa leitura passa, agora, a não ser materializada pelas folhas em que deixávamos nossas impressões, no passar o dedo de uma em uma, ou até mesmo destacar com um marcador de texto. Agora, temos que usar do click , do toque digital, pois o líquido, o fugaz, está alojado num universo virtual. E tudo, não mais que de repente, pode também ser atacado por um vírus, não o vírus do COVID-19, mas o vírus do espaço cibernético.

É...continuo angustiada, entediada, da mesma forma como iniciei essa carta para ti. Só que com uma única diferença: naquela fase da escola, eu era apenas uma menina jovem, instigada por sonhos que me tornariam uma mulher realizada. Hoje, sou essa mulher, não mais realizada, pois a educação dia após dia, deixa de ser um direito de todos, pelos vírus que contaminam espaços físicos e virtuais.

Até breve. Quero, logo, logo, estar contigo na revolução tão sonhada. Mas, nesse espaço além da vida, pois aqui, a coisa foi e continua como antes, dominada pelos privilégios de classe, raça e gênero.


Beijos

sexta-feira, 14 de maio de 2021

9º e 10º Encontros: Legislação e politicas Publicas na EJA

Passando aqui para dialogar com vocês sobre os nossos encontros da disciplina: Legislação e politicas Publicas na EJA, mediado pela docente Edite Maria da Silva de Faria em ambiente virtual, encontros esses realizados em duas aulas, no dia de  sexta feira  sendo que aconteceram nas datas 16 e 30 de Abril de 2021.

Essas aulas foram baseadas nos seguinte conteúdos: Educação  de  jovens-adultos: um  campo  de direitos   e  de  responsabilidade  pública;  Políticas Educacionais para a EJA: fronteira entre o instituído e instituinte;  Panorama da EJA no contexto brasileiro: da estigmatização ao protagonismo; A interconexão da Educação Popular, EJA e Educação do Campo: Identidades, especificidades e diversidade dos sujeitos.

Sendo que os principais objetivos a serem alcançados foram: analisar os aspectos legais, históricos, políticos, culturais e sociais da Educação de Jovens e Adultos no Brasil e no cenário Baiano; traçar o perfil dos sujeitos da EJA nas Políticas Públicas: identidades, especificidades e diversidades e identificar os marcos políticos e legais da educação profissional de jovens e adultos no  Brasil.

Do ponto de vista metodológico as aulas foram embasadas nas referências da dialogicidade, da problematização e na contextualização e elaboração de sinais de leituras dos textos e temas discutidos em cada encontro virtual, elaboração de memórias dos encontros realizados, exposição dialogada, tomando como referência obras indicadas para leitura;  realização deciclos formativos através de  “rodas de conversas virtuais” aprofundando determinada temática; utilização da pesquisa como processo formativo;  apresentação e análise de filmes e documentários como elementos de aprofundamento do conteúdo trabalhado nas aulas.

 A docente faz uso da fala afirmando que o campo da Educação de Jovens e Adultos tem uma longa história. Estando nela a diversidade de tentativas de configurar sua especificidade. E nos afirma que a configuração da EJA tem como um campo específico de responsabilidade pública do Estado.

Sendo que essa história ela deve ser pensada na reconfiguração da EJA e a inserção além de se constituir como um campo de pesquisa deformação a EJA, que  vem assim encontrando condições favoráveis para se configurar como um campo específico de políticas públicas de educadores de produção teórica e pedagógica.

E faz também uma reflexão sobre o tempo em que estamos vivenciando e como foco central a o ensino formal da EJA  no contesto presencial e virtual. Nos levando a ter um posicionamento critico pensando qual o lugar da EJA de acordo com ARROYO. O que estamos ou podemos fazer para continuar a EJA. Se somos seres humanos com/de consciência.

Afirmando ainda que milhões de jovens e adultos que não têm direito à educação básica com isso é que passam a frequentar a EJA quando lhe é permitido, e eles tem condição, no entanto a EJA deve ser considerada como um espaço esperançoso sobretudo um espaço de protagonismo da humanidade

Continuando contribui ainda falando que “mediante a isso compreendendo que a história da EJA diante desse cenário é sobretudo um ato de resistência devemos assim nos questionar” :

Quem são os sujeitos da EJA ? 

Eles são sujeitos tomados como coletivo de direito ?

 O que aprender da história da educação de jovens e adultos partindo-se de um princípio de uma visão real desta e dê um movimento em que a educação popular nos legou. Trazendo também  para discurso e diálogo um vídeo de Paulo Freire que traz como ênfase as marchas, as marchas dos Sem Terras, dos reprovados, das escolas, dos oprimidos, onde Paulo Freire nos diz que:  “se tudo tivesse marcha, morreria feliz, pois são andalhiragens históricas pelo mundo, os sem terras constitui uma das expressões mais forte da vida cívica e politica nesse pais. Por isso falam contra os sem terras, como se fosse um desabusados, destruidores da ordem, os sem terras so estão provando de que é preciso mesmo brigar, para que se obtenha um mínimo de transformação, MARCHA PELA DESCENCIA, SÃO O QUE NOS AFRIMAM COMO GENTE

Que dessa forma nos leva a pensar : 

o que é educação ? 

  trazemos a educação como uma prática de liberdade ?

Assim um dos colegas da turma contribui dizendo que : “Um dos questionamentos de que forma  coletiva possamos contribuir para que essas políticas públicas possam chegar na sala dos estudantes da EJA”.

Assim a professora ainda contribui, que nós somos as vozes dos sujeitos da EJA,  precisamos resistir e lutar para quê esses direitos sejam materializados, é nossa responsabilidade aumentar o nosso processo de formação e ingressar em outros espaços informacionais.

Para que esse espaço seja um campo de libertação, humanização e empatia ,reconfiguração compartilhamento de vozes atuantes de críticas e reflexões mas que não oprima esses sujeitos mas que oportunizem espaços de novos conhecimentos para que possam sim esperançar por dias melhores.

Edite nos proporcionar a apresentar sibolos que represente a trajetória na/da EJA e assim são apresentados : girassol, espelho, coador, sapato de crochê, bola artesanal, lápis, fotografia.

Assim a professora delibera alguns eixos temáticos para apresentação de trabalho na aula seguinte tendo como data 30 de Abril de 2021.

Os eixos temáticos foram: 

Educação de Jovens e Adultos um campo de direito e de responsabilidade pública

Politicas Educacionais para EJA: Fronteira entre o instituído e instituíste

Panorama da EJA no contexto brasileiro: identidades, especificidades e diversidade dos sujeitos

Assim a professora docente finaliza seu momento com vídeo teoria da ação dialógicae a música Utopia de Zé Vicente. As fotos a seguir registra o desfecho do momento maravilhoso de formação que tivemos com a docente Edite Farias. 














Fonte das imagens : SANTOS, Tânia Jesus. Prints da aula da professora Edite Farias. IF Baiano Campus Santa Inês, 30/04/2021.


Referências: 

BRASIL. Ministério da Educação. Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - PROEJA. Documento Base. Brasília, DF: 2007.

BRASIL .Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996.

CURY, Jamil. Parecer NCN/CEB 11/2000. Diretrizes curriculares para a educação de jovens e adultos. Brasília: MEC, CNE, 2000.

CURY, C. Legislação educacional brasileira. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

DI PIERRO, M. C.; JOIA, O. ; RIBEIRO, V. M. Visões da educação de jovens e adultos no Brasil. Caderno Cedes, Campinas, SP, n. 55, p. 58-77. 2001.

SHIROMA, E. O. Política educacional. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

 

Referências Sugeridas:

ARROYO, Miguel Gonzales. Educação de jovens-adultos: um campo de direitos e de responsabilidade pública. In: SOARES, José Leôncio Gomes; GIOVANETTI, Maria Amélia Gomes de Castro; GOMES, Nilma Lino (Org). Diálogos na educação de jovens e adultos. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. p. 19-50.

CAMPOS, Rogério Cunha. Educação e participação política: notas sobre a educação no espaço urbano nos anos 80. Veracidade, Salvador, n. 4, p.19-32, 1992.

Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho. http://www.adorocinema.com/filmes/filme-17609/trailer-19399681/  Filme completo: https://www.youtube.com/watch?v=VJ0rKjLlR0c 

As Marchas - Paulo Freire - Trecho de sua última entrevista https://www.youtube.com/watch?v=MZQtP-7Ezbw



quarta-feira, 12 de maio de 2021

7º e 8º Encontros: História da Educação de Jovens e Adultos

 No dia vinte e seis de março ocorreu o primeiro encontro da disciplina, História da Educação de Jovens e Adultos, a qual foi ministrada pela docente Marlene Souza Silva. Componente Curricular carregado de gentilezas e teorias. 

Desse modo, a docente iniciou  a nossa aula com um jeitino bem agradável  junto a todos nós, sujeitos participantes desta especalização com a música de Chico César, Estado de Poesia e com a leitura da poesia intitulada por " Elogio do aprendizado" do autor Bertold Brech. E após a exposição desses materiais, podemos refeltir sobre o papel do  homem como um ser social, apto a aprender, através da educação, cujo colabora para a  formação de sua identidade, ideologia e o seu modo de vida.

 Nessa perspectiva, aprender é uma descoberta criadora, com abertura ao risco e a aventura do ser, pois ensinando se aprende e aprendendo se ensina; como já disse o educador Paulo Freire, precursor da alfabetização de jovens e adultos, assim sendo, o educador é aquele que necessita construir o conhecimento com seus alunos, e o educando é um dos eixos fundamentais de todo o trabalho. No entendimento que ele pode promover profundas transformações em si, e por efeito, no mundo em que vive.

Seguindo a professsora Marlene, nos orientou que deveríamos destacar uma palavra ou uma frase da poesia e na música de Elza Soares chamada por " O que se cala", em seguida deverámos  pensar na finalidade e na mensagem para quem foi escrita. E foram citadas diversas passagens da obra, então apresentamos as frases que mais se destacaram, como : Aprenda, mulher na cozinha!, o meu país é meu lugar de fala, Mil nações moldaram a minha cara, pra que reprimir?, pra que calar?.

Isto é a partir de tais referência fizemos inferências sobre a importância de se ter um outro olhar sobre a Educação de Jovens e Adultos,  e sobre o contexto das escalas regional e nacional que reflete em nossa formação  enquanto profissionais da área.  Estudar a versão que a História não conta, precisamos quebrar as correntes e amarras impostas pelo o processo educacuonal proposto pelo o colonizador. 

Sabemos que a educação é um processo complexo, onde ainda hoje em pleno século XXI, uma imensa parcela da população não teve ou não tem acesso à educação, devido às condições sócio-econômicas em que se encontram, o que dificulta o acesso ao conhecimento. E os docentes que se comprometem com a Educação de Jovens e Adultos, tem que possuir consciência da necessidade de buscar mecanismos, métodos e teorias que estimulem o público alvo a não abandonar a sala de aula, ou seja, o professor é o estimulador, o mediador de seus alunos.

Esta primeira aula teve diversas referências como: 

Nessa mesma aula trouxemos para o turno verspetino, apresentamos um símblo da arte que achamos que representa a história da EJA, articuldada com a nossa visão de mundo e aporte academico.  E trouxemos também estratégias para discutir  a condição escolar das classes populares. Foi uma aula bastante produtiva, pois obtivemos muitos conhecimentos teóricos para aperfeiçoar na nossa práxis cotidiano como profissionais dessa modalidade. 

Com base no exposto, para iniciarmos as discussões a respeito da formação dos educadores da EJA devemos primeiramente observar a realidade do educando, seja ela social, política e cultural. O que nos oferece condições de pensar no aprimoramento das ações pedagógicas e das metodologias que poderão ser utilizadas para a concretização do projeto político pedagógico. Além de melhorias que promovam a formação docente por meio das especificidades da Educação para Jovens e Adultos.

Dando continuidade a sequência das aulas da presente disciplina aqui mencionada no dia nove de abril de dois mil e vinte e um, inicia a aula com  um momento de recordações, isto é das aprendizagens obtidas e aprendidas na última aula do dia vinte e seis do mês de março. Revisão muio importante, porque nota-se que no Brasil, há uma política pública desafiadora quando se trata da oferta de educação básica para a EJA, afinal, a Educação de Jovens e Adultos abrange o cultural, o social, o político, o econômico e o processo de formação do indivíduo, mesmo que em idade avançada. Diante desta problemática, será que nós, enquanto educadores, estamos atentos para esta realidade e contribuindo para que esses estudantes tenham acesso ao conhecimento científico?.

No segundo momento de nosso encontro compartilhamos ideias sobre as conceituações da educação formal e informal, aqui foram apontadas muitas dúvidas por todos os especializandos e a professora Marlene com base em sua escrita, conhecimentos de EJA e  nos documentos basilares desta modalidade passou para aguçar a nossa sede de conhecimento sobre essa área educacional, o trecho do documentário: Escolarizando o Mundo :  o último fardo do homem branco (2011), os artigos intitulados por " As frentes da classe dominante na educação: entre o todos pela educação e ideologia escola sem partido de Rodrigo Lamosa, Eduucação de Jovens e Adultos Trabalhadores no Brasil: revendo alguns marcos históricos da autora Jaqueline Ventura, Educação de Jovens e Adultos na Bahia: escolarização básica e qualificação profissional de Marlene Silva e realizou o seguinte questionamento o que significa a sociedade em massa nesse processo diverso da escolarização versus formação. 

A partir daí discutimos sobre a cultura, a idenidade e a linguagem cujo são elementos e aspectos a serem levados em consideração quando trabalhamos com os sujeitos desta modalidade.Precisamos entender que a EJA possui processo de ensino/aprendizagem voltada para a vivência desses alunos. E são justamente essas experiências vitais que não podem ser ignorada. 

Em nosso país, em nenhum momento da sua história, houve interesse da elite, “Colonial”, em construir realmente uma sociedade igualitária aos valores das grandes revoluções como a americana e a francesa, ou seja, na qual as pessoas pudessem desfrutar de maneira semelhante os bens e as oportunidades da vida social. As evidências históricas mostram que a cultura, da sociedade brasileira sempre esteve intimamente ligada, a ideia da distinção e da discriminação entre os grupos sociais.

O processo histórico revelou-se como tendência, marcante a diferenciação e a crescente complexidade da sociedade. É inevitável não afirmar, que a sociedade brasileira se formou pela sua pluralidade, e por isso, quando a EJA foi criada e constituída,teve como principal referência nas suas ações, a conscientização dos brasileiros desprovidos de direitos, deveres e privilégios, possibilitando a estes o acesso à produção cultural, social e econômica.

 

Então o presente estudo pretendeu espalhar um olhar mais critico para esta modalidade tão frágil, tão sensível e que ainda possui muito a ser conquistado e consolidado. Para concluir a última aula a professora Marlene nos fez a indicação do livro intitulado a Curuel Pedagogia do Vírus do autor Boa Ventura. Contudo foram adquiridas uma grande bagagem de conhecimentos sobre o processo histórico da EJA, a nível local regional e nacional com todos os referenciais trabalhados na presente disciplina, a  também  procurou discutir as conquistas que tivemos por meios de projetos educativos, como também o que não saiu do papel.

É fundamental que a política de inclusão que contemple as diferenças supere o aspecto social, visto que se trata de uma noção mais ampla e politizada de inclusão, que tem como eixo o direito ao trato democrático e público da diversidade em contextos marcados pela desigualdade e exclusão social. 

Além disso, a profesosra Marlene conclui essa disciplina apontando para a importância de visualizarmos os avanços alcançados, porque se não fizermos esses exercícios estaríamos negando a luta dos populares nas políticas públicas, mas que precisamos continuar lutando em busca de melhorias na EJA, “porém, ainda falta muito para a vivencia plena desses direitos”, SILVA (2016, P.9).  Corroborando ainda que a atuação dos movimentos populares e o Fórum EJA/ Bahia foi de grande valia para a elaboração das políticas emancipatórias, que assegurem o direito à educação como condição essencial para a formação básica, geral e de qualificação profissional para os estudantes trabalhadores.

O estudo sobre a História da Educação de Jovens e Adultos no Brasil será mediado pelo diálogo problematizado para assegurar a participação ativa de todos, possibilitando a reflexão sobre suas realidades de vida e trabalho relacionando-as com a historicidade da Educação de Jovens e Adultos trabalhadores. 

Para desenvolver o processo das aulas utilizamos as nossas falas, depoimentos e a docente trouxe  poetas e cantores da cultura popular (Bertold Brech e Elza Soares e outros trazidos pelos participantes), como já foi aqui mencionado, para nos ajudar a contar e pensar, com base em suas artes, a História da EJA a partir das condições reais dos jovens, adultos e idosos numa perspectiva crítica e emancipatória.  

Nesse contexto também  estudamos sobre alguns cientistas pesquisadores da educação (Jaqueline Ventura, Marlene Silva, Paulo Freire, Miguel Arroyo, Rodrigo Lamosa) para nos auxiliar na compreensão das questões pedagógicas específicas da EJA nas esferas estadual, nacional e internacional, nos diferentes momentos políticos, econômicos e educacionais, confrontando-as com as nossas crenças e práticas docentes. Segue abaixo as fotografias que registraram e demarcaram esses lindos momentos ao lado da querida professora Marlene.

 








Fonte das imagens : SANTOS, Tânia Jesus. Prints da aula da professora Marlene. IF Baiano Campus Santa Inês, 26/03/2021.


 

Referências

LAMOSA, Rodrigo. As Frentes de Ação da Classe Dominante na Educação: entre o todos pela educação e ideologia escola sem partido. In Lamosa, Rodrigo (org). Classe dominante e educação em tempos de pandemia: uma tragédia anunciada. Editora Terra sem Amos: Parnaíba, 2020.

SILVA, Marlene Souza. Educação de Jovens e Adultos na Bahia: escolarização básica e qualificação profissional. In Marlene S. Silva Escolarização Básica no Chão da Empresa: o olhar reflexivo dos egressos. Dissertação de Mestrado. UNEB/MPEJA. Salvador/BA, 2016.

 VENTURA, Jaqueline Pereira. Educação de Jovens e Adultos Trabalhadores no Brasil: revendo alguns marcos históricos. In Ventura, Jaqueline Pereira. O PLANFOR e a Educação de Jovens e Adultos Trabalhadores: a subalternidade reiterada. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal Fluminense, Cap. II. Rio de Janeiro, 2001.

Leitura complementar

ARROYO, G. Miguel. Passageiros da Noite: do Trabalho para a EJA: itinerários pelo direito a uma vida justa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017. 

LAMOSA, Rodrigo (org). Classe dominante e educação em tempos de pandemia: uma tragédia anunciada. Editora Terra Sem Amos: Parnaíba, 2020 

Sugestões de Leitura:

  • A Cruel pedagogia do vírus, de Boaventura de Sousa Santos - https://www.google.com.br/books/edition/A_cruel_pedagogia_do_v%C3%ADrus/ZJXcDwAAQBAJ?hl=pt-BR&gbpv=1&printsec=frontcover
  • Conscientização - https://www.fpce.up.pt/ciie/sites/default/files/Paulo%20Freire%20-%20Conscientiza%C3%A7%C3%A3o_pp.5-19.pdf
  • O perigo de uma história única - https://www.academia.edu/4378533/O_perigo_da_hist%C3%B3ria_%C3%BAnica
  • Pedagogia da Autonomia - http://lelivros.love/book/download-pedagogia-da-autonomia-paulo-freire-em-epub-mobi-e-pdf/
  • Pedagogia da Esperança - https://www.academia.edu/36659896/Paulo_Freire_-_Pedagogia_da_esperan%C3%A7a?auto=download
  • Pedagogia da Indignação - https://drive.google.com/file/d/0B3GQrRvm4KXOYVJhdjk2bVJiSTA/view
  • Pedagogia do Oprimido - http://lelivros.love/book/download-pedagogia-do-oprimido-paulo-freire-em-epub-mobi-e-pdf/
  • Política e jardinagem - https://institutorubemalves.org.br/wp-content/uploads/2018/08/2000.05.19.pdf
  • Sejamos todos feministas - http://lelivros.love/book/baixar-livro-sejamos-todos-feministas-chimamanda-ngozi-adichie-em-pdf-epub-e-mobi-ou-ler-online/
  • Vigiar e Punir - https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/centrocultural/foucault_vigiar_punir.pdf



 Materais trabalhados durante as aulas



Estado de Poesia
Chico César

Ouvir Estado de Poesia
Não encontrámos nada.
Para viver em estado de poesia
Me entranharia nestes sertões de você
Para deixar a vida que eu vivia
De cigania antes de te conhecer
De enganos livres que eu tinha porque queria
Por não saber que mais dia menos dia
Eu todo me encantaria pelo todo do teu ser

Pra misturar meia noite meio dia
E enfim saber que cantaria a cantoria
Que há tanto tempo queria
A canção do bem querer

É belo vês o amor sem anestesia
Dói de bom, arde de doce
Queima, acalma
Mata, cria
Chega tem vez que a pessoa que enamora
Se pega e chora do que ontem mesmo ria
Chega tem hora que ri de dentro pra fora
Não fica nem vai embora
É o estado de poesia



O Que Se Cala
Elza Soares


Mil nações
Moldaram minha cara
Minha voz
Uso pra dizer o que se cala
O meu país
É meu lugar de fala

Mil nações
Moldaram minha cara
Minha voz
Uso pra dizer o que se cala
Ser feliz no vão, no triz, é força que me embala
O meu país
É meu lugar de fala

Mil nações
Moldaram minha minha cara
Minha voz
Uso pra dizer o que se cala
Ser feliz no vão, no triz, é força que me embala
O meu país
É meu lugar de fala

Pra que separar?
Pra que desunir?
Por que só gritar?
Por que nunca ouvir?
Pra que enganar?
Pra que reprimir?
Por que humilhar?
E tanto mentir?!
Pra que negar
Que o ódio é que te abala?

O meu país
É meu lugar de fala

Mil nações
Moldaram minha minha cara
Minha voz
Uso pra dizer o que se cala
Ser feliz no vão, no triz, é força que me embala
O meu país
É meu lugar de fala

Pra que explorar?
Pra que destruir?
Por que obrigar?
Por que coagir?
Pra que abusar?
Pra que iludir?
E violentar
Pra nos oprimir?
Pra que sujar o chão da própria sala?

Nosso país
Nosso lugar de fala
O meu país
É meu lugar de fala
Nosso país
Nosso lugar de fala
Nosso país
Nosso lugar de fala




Sugestões de filmes:

  • Trecho do filme Escolarizando o Mundo: o último fardo do homem branco (2011). https://www.youtube.com/watch?v=i6HvIIv2rJM
  • 13ª ementa - https://youtu.be/h4uGff8OScM
  • Olhos que condenam - https://www.netflix.com/br/title/80200549
  • O dia que durou 21 anos - https://youtu.be/4ajnWz4d1P4
  • Educação como prática da liberdade - https://youtu.be/NCaCiDIiXGg
  • Educação Popular - https://youtu.be/Rvq7D_zdwPk
  • EJA resumo histórico - https://youtu.be/j1vJQoHnxvc
  • EJA - https://youtu.be/LOVhA5w_SZc
  • Violentamente Pacífico - https://youtu.be/TsnhnmGF23c




Referências


 CÉSAR. Chico. Estado de Poesia .https://www.letras.mus.br/chico-cesar/estado-de-poesia/. Acesso em: 12 de maio de 2021.

SOARES, Elza. O que se cala.  Disponível em: https://www.cifraclub.com.br/elza-soares/o-que-se-cala/letra/. Acesso em: 12 de maio de 2021.




 

domingo, 9 de maio de 2021

6º Encontro: EDUCAÇÃO POPULAR





 É com muita satisfação que apresentamos a vocês o esboço de uma bela trajetória cursada na disciplina Educação Popular, tendo como docente a maravilhosa Arlene Andrade Malta. Esse componente estudado foi iniciado no ano de 2020, mas por conta da pandemia as aulas foram suspensas e com o retorno remoto concluímos essa matéria com grande êxito, mas vamos lá pessoal a leitura do nosso blog para que vocês conhecam como densenrolou todo o processo de aprendizagens e conhecimento adquiridos. 

No entanto não poderíamos continuar a nossa exposição sem explicar  que a Educação Popular é a construção de uma ação educativa pensada com as classes populares e tem se firmado em uma das contribuições desse continente à construção de uma sociedade democrática plena de direitos. Sendo que essa educação renovada transforma não apenas os métodos de educar. Transforma as pessoas que são educadas em uma sociedade em transformação. Na visão freireana toda ação educativa deve ser antes de tudo uma ação cultural que vise uma reforma moral e intelectual . Essa ação cultural começa pela descoberta de razão reprodutora das estruturas materiais e simbólicas de dominação. Esta descoberta passa pela critica e pela vontade de mudança levando os sujeitos à ação constituinte de novos valores e padrões de relações baseados numa racionalidade dialogal.

Desse modo, damos continuidade a proposição do plano de aula da presente disciplina  no dia 19 de março de 2021, mencionada amnteriormente com as apresentações das equipes que ficarm responsáveis em apresentar  de modo bem didático uma síntese com as ideias centrais das obras: Conscientização e Pedagogia do Oprimido do autor Paulo Freire.  os estudantes foram divididos em  5 grupos para destrinchar detalhadamente as obras; onde as equipes 1, composta pelos os seguintes colegas: Renildo, Itana, Valdiane, Jairo, Patrícia, e Jucenélia fizeram a apresentação dos capítulos e 1 e 2 da primeira obra aqui já mencionada, intitulados por: O homem e sua experiência e Alfabetização e conscientização. Tal exposição foi riquissíma com muita criatividade pois iniciaram a apresentação com um cordel denominado " O homem e sua experiência" com base na leitura do capítulo 1 do livro Conscientização. 

A  segunda equipe a se apresentar foi composta pelos os seguintes componentes: Tânia, Cosmerina, Lúcia, Antídio e Ionice, ficamos com o capítulo 3 chamado por: O processo de conscientização e a práxis pedagógica emancipadora. A explicação sintética da presente equie foi realizada com muito esmero e afetividade; pois foram construídos e expostos os seguintes materiais:  um jogral com todos os participantes, um cordel intitulado: "Freire" e o poema de Bráulio Bessa, "Recomece", o  material foi elaborado e pensado de acordo com o previsto na estrutura do plano de apresentação proposta pela a docente Arlene, com o intuito de proporcionar a todos e todas a identificação das principais referências teórico-práticas da Educação Popular no Brasil, bem como contato com experiências dos sujeitos populares.  Ressaltando que as equipes 1 e 2 realizaram as suas apresentações no turno matutino e as equipes 3 , 4 e 5 no turno verspetino.

Em seguida  a tarde houe a inversão das apresentações devido a necessidade de um dos membros do grupo ter que sair da aula para participar de outro evento. Dessa forma o grupo composto pelos os seguintes colegas: Adelson, Analita, Denise, José Roberto, Rogério, Marilete, Ortência e Neide deram início as suas explanações com um slide sobre o tema "Pedagogia do Oprimido: a teoria da ação anti-metodológica".

Dando sequencia nas apresentaçõs a equipe 3, comosta pelos os estudantes, Ana Cristina, Jeane, Edna, Débora, expuseram sobre a dialogicidade com um lindo poema  sobre a refllexão da prática com a realidade.

Para  fechar as apresentações a equipe 5, composta por : Erenice, Elane, Heleny, Eliane Pereira, Geiza, Lucineide, discutiram as partes 1 e 2 do livro Pedagogia do Oprimido. Inciando a apresentação com slides os membros esclarem que a obra apresenta a tese  que é por meio da educaçao como prática da liberdade , aquela reflexiva e problematizadoora que Freire aborda em sua obra. 

Assim, para fechar aqui a nossa descriçao da aula do dia 19 de março de dois mil e vinte um, gostaríamos de frisar que a nota desta disciplina foi dividida em três etapas: Trabalho de Grupo - apresentação  + Produção escrita , elaboração de uma Carta  e uma Auto-avaliação da nossa partiicipação na disciplina. 

Não poderíamos também esquecer de mencionar aqui que das nossas aprendizagens construídas onde percebemos que a Educação Popular através de seus conceitos pode oferecer contribuições significativas para uma compreensão crítica da sociedade que estamos imersos. Enfim, o que queremos aqui explanar com as nossas aprendizagens adquiridas é que a Educação Popular pode aproximar-se de todas as áreas de estudo, com base em uma autêntica pedagogia de cunho popular validando todas as discussões realizadas , de forma educativa, para a renovação do pensamento sobre a preservação da natureza e a manutenção da vida no planeta Terra.

Das lutas dos movimentos organizados que mais empreendem esforços para que a bandeira da transformação social ocorra, que atinja o sonho de libertação, está aquela que tem se destacado através das ações desses movimentos sociais, a qual se caracteriza como uma das possíveis vias de efetivação: a Educação Popular.  

As obras lidas do autor Freire, nos fez enxergar  que os ventos da renovação na educação, particularmente na de cunho exclusivamente popular, abarca todos aqueles que se sentem excluídos pelo capitalismo avassalador, que cria as maiores dificuldades para o cidadão comum, o pobre, o marginalizado socialmente, que não tem acesso aos bens produzido pela sociedade. Neste sentido, a luta por uma nova cultura pedagógica que transforme o homem comum em protagonista da sua própria história, faz parte da busca de soluções dos problemas educacionais da Educação de Jovens e Adultos. 

Segue o poema Recomece de Bráulio Bessa,  o jogral e o cordel construído pela a nossa equipe. 

RECOMECE

Recomece | Bráulio Bessa


Quando a vida bater forte e sua alma sangrar, quando esse mundo pesado

lhe ferir, lhe esmagar...

É hora do recomeço.

Recomece a LUTAR.


Quando tudo for escuro

e nada iluminar,

quando tudo for incerto

e você só duvidar...

É hora do recomeço.

Recomece a ACREDITAR.


Quando a estrada for longa e seu corpo fraquejar,

quando não houver caminho

nem um lugar pra chegar...

É hora do recomeço.

Recomece a CAMINHAR.


Quando o mal for evidente

e o amor se ocultar,

quando o peito for vazio,

quando o abraço faltar...

É hora do recomeço.

Recomece a AMAR.


Quando você cair e ninguém lhe aparar,

quando a força do que é ruim

conseguir lhe derrubar... É hora do recomeço.

Recomece a LEVANTAR.

Quando a falta de esperança

decidir lhe açoitar, se tudo que for real for difícil suportar...

É hora do recomeço.

Recomece a SONHAR.


Enfim,

É preciso de um final pra poder recomeçar,

como é preciso cair pra poder se levantar.

Nem sempre engatar a ré

significa voltar.

Remarque aquele encontro,

reconquiste um amor,

reúna quem lhe quer bem,

reconforte um sofredor,

reanime quem tá triste

e reaprenda na dor.


Recomece, se refaça,

relembre o que foi bom,

reconstrua cada sonho,

redescubra algum dom,

reaprenda quando errar,

rebole quando dançar,

e se um dia, lá na frente, a vida der uma ré,

recupere sua fé e RECOMECE novamente.


-Bráulio Bessa


CORDEL Paulo Freire ... Paulo Freire ... Paulo Freire ... Foi um homem da Educação. No Recife, Pernambuco, deu-se a concepção. Veio ao mundo, Paulo Freire, para fazer a renovação … Presença viva na escola, dá vida educacional de um país, estado, cidade, Universidade federal... Movimento de uma Cultura Popular: foi um homem do ativismo cultural... Serviço de Educação sociocultural, assumiu uma direção Integrante da primeira turma: Conselho de Educação... é Paulo Freire em ação e reação... Das Práxis a reflexão... Do Diálogo na educação... Muita experiência de vida... Lutando por transformação ... Com Influência em vários campos: religioso e cultural… Filósofo e acadêmico: Pensamento social… Sobressai com louvor no campo educacional… Paulo Freire libertário: um excelente pensador… um ser crítico e revolucionário: verdadeiro professor… Dedicação geral como mestre e educador…
JOGRAL
A obra “Conscientização: teoria e prática da libertação é uma introdução ao pensamento de Paulo Freire”, dividido em três partes: “O homem e sua experiência”, “Alfabetização e conscientização” e “Práxis da libertação”. Na terceira parte, “Práxis da libertação” Freire inicia apresentando a definição de três palavras chaves: OPRESSÃO, DEPENDÊNCIA e MARGINALIDADE.
A OPRESSÃO definida pelo autor divide a sociedade em dois grandes grupos, dos opressores e dos oprimidos. Onde os oprimidos não são detentores da liberdade de escolha, devido ao seu contexto socioeconômico e educacional. O opressor por sua vez é aquele que alcança o poder não para libertação do oprimido, mas para manter sua condição de “escravizador”.
Na DEPENDÊNCIA, segundo o autor há duas maneiras que influenciam a transformação da sociedade. Sendo que na primeira, a sociedade é objeto dos outros ou de outras sociedades e na segunda a sociedade atua como sujeito, ela existe para si própria. 
Na MARGINALIDADE é exposto que os analfabetos são erroneamente vistos como seres à margem da sociedade, num movimento imperativo do centro para periferia, em contra partida à marginalidade e para desconstrução dessa concepção faz-se necessário que os indivíduos sejam considerados integrantes da sociedade, é aceitável considera-los como homens “doentes” e que o remédio para cura seria a alfabetização. 
O autor ressalta ainda sobre duas vertentes de ações emergentes, tendo a primeira como a nova relação pedagógica, pela importância de consciência dos educadores, afim de não se tornarem influenciadores de seus educandos, com suas concepções e crenças individuais. A segunda trata da ação cultural e evolução cultural, em que os educadores despertem sua capacidade de conhecimento crítico, muito além da simples opinião, ao “desvelar” suas relações com o mundo histórico-cultural no qual e com o qual existem.
A obra é recomendada a todos aqueles que percebem que o modelo de escola padrão não é mais pertinente com a realidade mundial, e compactuam que a liberdade dos oprimidos somente se dará pela conscientização, visto que, são os próprios indivíduos que são arquitetos de suas histórias.
Referências: BESSA, Bráulio. Recomece. Disponível em: https://www.brauliobessa.com/post/recomece. Acesso em: 12 de marçomar. de 2021. FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. Tradução Kátia de Mello e Silva. São Paulo: Cortez & Morales, 1979. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 50. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011.


Fonte da figura 7: Imagem do livro Conscientização. Disponível em: www.googleimagens.com.br. Acesso em: 09 de maio de 2021.

11º Encontro: Seminários de Pesquisa em EJA I

Fonte: Google imagens. Acesso em 20 de maio de 2021. No dia 14 de maio de 2020, tivemos a aula da disciplina de Seminários de Pesquisa em EJ...